Quando adolescente na cidade de Mata de São João-BA, eu cantarolava notas musicais (estive estudando música) sem conhecê-las e sem saber de onde vinham. Passados alguns meses apareceu por lá um pastor pregando a Palavra de Deus. Isso foi em 1948 aproximadamente.
Foi um reboliço muito grande naquele bairro humilde chamado Caboré. O pastor passou a realizar os cultos na residência do senhor Portela, meu vizinho. Ao ouvir os cânticos do Hino A Última Hora, reconheci aquela música que nunca havia escutado antes. Não me contive, saí escondido e fui lá. Assisti o culto e me lembrei que eu mesmo cantarolava aquelas notas alguns meses antes.
Houve muitas conversões: Dodó, Judite, Camelita (filhas do senhor Portela), sua esposa e muitas outras pessoas. Senti no coração o desejo de seguir a Jesus, mas fui impedido pelo meu pai que não tinha religião alguma. Mamãe ainda tentou me ajudar, mas não houve jeito do velho ceder. Parece até que algumas das minhas irmãs demonstraram o desejo de seguir o Mestre, mas fomos proibidos, apesar das súplicas do pastor Samuel.
Ao completar 20 anos, fui para o Rio de Janeiro, onde sofri, padeci, pequei. Casei-me com uma moça temente a Deus e que demonstrou várias vezes o desejo de seguir a Jesus Cristo, mas eu sempre rejeitei a Jesus, obcecado que estava pela bebida, pelo trauma familiar, pelo complexo, pela dor, pelo remorso, pela miséria e pela desgraça como complemento.
E agora, José? O senhor que não me deixou seguir a Jesus, chorava ou me condenava?
Naturalmente sofria, porque ele me amava bastante e eu não o condenava, porque eu o amava bastante também.
Porém, Deus sempre teve um plano para a minha vida. Assim, em um momento de profunda tristeza, depressão e abandono, ouvi uma voz dizer nos meus ouvidos: “Só Jesus te salva”. Naquele mesmo dia, escrevi um poema com o título: “Só Jesus me salva” a caminho do trabalho na Ilha do Governador.
Poucos dias depois, passando em frente a um Templo da Igreja Batista, fui “empurrado” pelo Espírito Santo para dentro do Templo onde confesse todos os meus pecados a Deus em nome de Jesus, seguindo a orientação do pastor, pois eu não sabia como falar com Deus. Além disso, me sentia tão pecador, tão culpado, tão mau, tão infeliz que tinha vergonha de falar com o Senhor. Eu me sentia indigno e inferior. Não tinha palavras para me dirigir a Deus, mesmo sendo conhecedor das letras, eu não sabia como me dirigir ao Todo Poderoso.
Aos poucos, fui me sentindo útil, justificado, perdoado, aceito, amado e fui me santificando progressivamente. Hoje falo com o meu Pai sem reservas. Conto tudo para Ele. Não escondo nada dEle.
Ao sair do Templo naquele dia, vi uma faixa que dizia: “SEMANA DA RECONCILIAÇÃO”. Foi assim que eu me reconciliei com meu Criador, meu Deus e meu Pai. E após minha conversão minha vida foi completamente transformada por Jesus.
Quem me conhecia antes pelo meu mau comportamento, custava a acreditar que se tratava da mesma pessoa. E não se tratava mesmo. Jesus Cristo mudou meu viver.
Papai e mamãe também se converteram. E também minha sogra que aceitou a Jesus como seu Salvador já aos 90 anos. Morreram salvos. Graças a Deus! Espero que os meus irmãos seja sensíveis ao apêlo do Espírito Santo e aceitem a Jesus como o Único e Suficiente Salvador, para que possamos todos juntos nos encontrar com os nossos pais e vivermos como irmãos junto ao Pai.
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